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Quer iniciar uma alimentação à base de plantas para os seus filhos? Descubra aqui algumas dicas, factos nutricionais e como melhor encaminhar a dieta do seu filho/a.
 

Guia completo para alimentação vegana infantil

Um guia completo e gratuito da "Vegana é a sua Mãe" sobre como cuidar do seu filho!
Faça download de um guia de receitas para o seu filho AQUI! Traduzido com autorização da First Steps Nutrition Trust.

Comidas nos primeiros meses

  • Os primeiros alimentos para bebês veganosacima de 6 meses de idade deve incluirvegetais, batatas, alimentos à base de cereais,leguminosas (ervilhas, feijões e lentilhas), tofu,nozes e sementes trituradas e frutos.
  • Nunca adicione sal ou açúcar aos alimentospara bebês. 
  • Frutas naturalmente doces (como maçãs oubananas) ou legumes (como cenoura, batatadoceou abóbora) devem ser usados paraadoçar os alimentos em vez de adicionar açúcar. 
  • Adoçantes artificiais nunca deve seradicionado a alimentos para bebês. 
  • Se estiver usando comida industrializada, sigaas instruções do fabricante com cuidado. 

Dicas para petiscos 

  • Certifique-se de que os petiscos nãocontenham quaisquer sementes, pedras,pedaços de pele ou fibras duras.
  • Para começar, ofereça legumes e frutasmacias ou cozidos. 
  • Uvas inteiras, pedaços de maçã ou cenoura,nozes e pipoca são os alimentos que os bebêssão mais propensos a engasgar, então evitealimentos pequenos, duros ou aqueles quetem em pedaços gelatinosos. Sempre fiquecom o bebê enquanto ele estiver comendo 
  • Se você está oferecendo comida crua,verifique se foi bem lavada. 

Alimentação de crianças vegetarianas estrita

"Alguns estudos levados a cabo em crianças veganas desde o nascimento, em 1981 e 1992, mostraram que estas pesam em média menos do que as crianças omnívoras, mas se encontram dentro dos níveis normais de peso e altura. Bebés e crianças criadas com uma dieta vegana variada obtêm proteínas e energia adequadas, são saudáveis e crescem normalmente. São extremamente raros os casos, relatados com pompa na imprensa médica, de bebés veganos que sofrem de deficiências proteicas e energéticas. São mais os casos de bebés criados com uma dieta macrobiótica ou frugívora mal planeada, do que com uma dieta vegana. É comum a ideia de que sujeitar uma criança a uma dieta vegetariana ou vegana a pode colocar em risco de deficiências nutricionais."
A realidade é que uma dieta mal planeada, independentemente de ser vegetariana ou omnívora, é a causa principal de desequilíbrios nutricionais.
Os primeiros anos de vida da criança constituem uma oportunidade para lhe incutir bons hábitos alimentares.
 

Dicas para Alimentar Crianças Veganas: 

  • Os bebés necessitam de bastante energia. Os cereais preparados em casa devem ter uma consistência espessa. Adicionar um pouco de óleo vegetal aos cereais cozinhados aumenta o seu conteúdo calórico e melhora o paladar, tornando-os menos glutinosos quando arrefecem. 
  •  Usar mais óleo de soja ou de cânola, e menos óleo de girassol ou de milho, pois os primeiros estimulam a produção de ácidos gordos, muito importantes para o desenvolvimento do cérebro e da visão. 
  • Não deixar o bebé encher-se de líquidos antes de comer. 
  • Usar margarina fortificada com D2 e B12 para barrar o pão, ou manteiga de nozes e/ou sementes, para aumentar a densidade energética.
  •  Usar um extracto de levedura de cerveja com baixo conteúdo de sal é uma boa fonte de vitaminas e minerais. 
  • Leguminosas (lentilhas, feijões, ervilhas) bem cozinhadas e esmagadas fornecem energia e proteínas. 
  • Usar melaço para reforçar as doses de ferro e de cálcio. 
  • Tofu preparado com sulfato de cálcio contém mais cálcio do que leite de vaca e também é muito rico em proteínas. 
  • Assegurar-se que a criança apanha sol regularmente e fornecer-lhe suplementos de vitamina D2 no Inverno. 
  • Usar leite de soja enriquecido com cálcio, vitamina D2 e vitamina B12. 
  • Proporcionar à criança uma dieta variada com muitos alimentos frescos adequados à idade. 
  • Evitar alimentos industrializados, ricos em gorduras e açúcar . 
  • Preferir os sumos de fruta naturais com água e não os concentrados ou refrigerantes. 
  • Encorajar o consumo de vários legumes e frutas coloridas, conforme a idade.

Viver sem carne: Uma escolha saudável para as crianças

"O vegetarianismo não é um fenómeno novo. O antigo filósofo e matemático grego Pitágoras e muitos dos seus seguidores abstiveram-se de comer carne e viveram de forma saudável e produtiva. Centenas de anos mais tarde, o movimento vegetariano Norte-Americano iniciou-se como reacção a uma crescente industrialização e às mudanças sociais. Foi sobretudo apoiado pela doutrina religiosa da Igreja Cristã Bíblica (Bible Christian Church), que culpava a carne de ter um efeito devastador sobre o desenvolvimento e equilíbrio moral das pessoas. A carne era, ainda, considerada como comida desviante com efeitos perigosos para a saúde dos seres humanos. Ao longo do tempo, muitos adultos foram escolhendo viver sem carne na sua dieta. No entanto, enquanto uma dieta vegetariana em adultos é largamente aceite como benéfica, uma mesma dieta em crianças causa um certo sentido de privação, não só aos olhos do público em geral como também pelos profissionais de medicina. 
"Assim sendo, se uma dieta vegetariana traz benefícios a um adulto, poderá uma dieta sem carne fornecer todos os nutrientes necessários a uma criança e, mais tarde, a um jovem adolescente, cujo corpo e cérebro se encontra em rápido crescimento?" Fonte:  Centro Vegetariano
"Investigações científicas convencionais confirmam que as crianças podem ter uma vida equilibrada em termos nutricionais sem comer carne, uma vez que uma dieta baseada em plantas pode preencher os requisitos de nutrientes considerados necessários a uma boa saúde e desenvolvimento adequado."

"Mas o que as crianças veganas comem?"

Vou descrever um exemplo de dia inteirinho de refeições daqui de casa e no fim vou analisar nutricionalmente com ajuda do site Cronometer.
Começamos o dia com uma linda e longa mamada ao acordar. 
Café-da-manhã: Amasso 1/3 de uma banana, adiciono aveia, coloco um pouco de LSA (mistura triturada de semente de linhaça, amêndoas e semente de girassol) ou farinha de chia, e também um pouquinho de leite de amêndoas para deixar a mistura mais molinha. As vezes troco o leite de amêndoas por umas colheres de iogurte de soja (ou coco, depende do que tenho disponível em casa). Enquanto ela come isso, geralmente eu estou me atracando no meu pão torrado com abacate. Ela sempre acaba comendo umas 2 ou 3 colheres do abacate que eu raspo do meu pão e divido com ela. 
Para beber: Água.
Lanchinho da manhã: Alguma fruta. Pequenas quantidades… as favoritas são morango, uva, mirtilo e melão. 
Almoço
Sopa de lentilha com arroz integral. Sempre em alguma refeição do dia rola leguminosas, sendo lentilha, feijão ou grão-de-bico os mais comuns! Adiciono algum vegetal, geralmente abobrinha ou cenoura. Além disso, eu trituro uma folha de couve e adiciono no cozimento. Tempero muito bem com alho-poró, alho normal, cebolinha e salsinha. Sirvo com um pouquinho de sal rosa e um fiozinho de óleo de linhaça. 
Para beber: Água. 
Tarde 
Mamada: Se ela estiver em casa, esse é o horário de dormir. Antes de dormir, rola uma mini mamada também. Se estiver na creche, ela toma um pouquinho de leite de soja, ou de amêndoas ou de coco (sempre vario). 
Lanchinho da tarde: Crackers de arroz ou algum outro tipo. 
Jantar
Purê de cenoura, bata inglesa e batata-doce juntos. Tempero com alho, cebolinha, salsinha, alho-poró ou o que tiver junto. E quinoa cozida com brócolis. Sirvo com um pouquinho de sal rosa e um fiozinho de óleo de linhaça. 
 Para beber: água. 
Antes de dormir
mamada.Primeiro eu coloquei o perfil e idade dela no cronometre, saiu que ela precisava mais ou menos de 700-800kcal por dia. Ela passou um pouco, esse dia deu 900kcal. Mas eu não tenho certeza da quantidade de leite materno que ela toma, então isso pode ter variado um pouco a mais ou menos.
The Best Baby Formula

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A melhor fórmula para bebé

Amamentar por um período máximo de seis meses pode melhorar ironicamente o gosto de nossos filhos em vegetais, enquanto as crianças alimentadas com fórmulas têm uma probabilidade maior de crescem com doenças inflamatórias, como asma, cancro e diabetes.
Ative as legendas em português no video.  

O leite é bom para os ossos?

A galactose no leite pode explicar por que o consumo de leite está associado a um risco significativamente maior de fraturas do quadril, cancro e morte prematura. Fonte: Nutrition Facts - Dr. Michael Greger 
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Is Milk Good for Our Bones?

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Preventing childhood allergies

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Prevenir alergias em crianças

Qual é o responsável pela crescente prevalência de doenças atópicas, como alergias alimentares, asma, febre do feno e eczema? Como podemos ajudar os mais pequenos?

Vegetarianismo na Escola

"(...) No entanto, na prática, a história pode ser diferente. Enquanto as crianças têm aulas práticas de agricultura desde cedo e apesar da antroposofia estar diretamente ligada à agricultura biodinâmica, com um forte discurso ambiental, e os alimentos integrais serem um lugar comum, o que predomina nas festas escolares é as bancas que vendem churrasco, com direito à linguiça e tudo o mais! "
"Na escola dos meus filhos, que é a mais antiga do Brasil, foi apenas em 2006 que houve pela primeira vez em sua história recente, durante o Bazar de Natal que recebe milhares de pessoas em um único dia, uma banca completamente vegana, que serviu pratos à base de tapioca."
"Esse é apenas um exemplo simples, mas vemos que mesmo as linhas pedagógicas que, em teoria, seriam mais simpáticas ao vegetarianismo possuem incoerências, independentemente do quão belo essa pedagogia possa ser em sua totalidade teórica. Se nem as escolas mais simpáticas a um estilo de alimentação diferenciado são vegetarianas, então o que fazer, em qualquer linha pedagógica que seja? (...)"
"(...) Podemos criar uma criança com uma dieta vegana desde o nascimento? Sim, com o devido planejamento nutricional, podemos. Note-se que planejamento nutricional é essencial para qualquer estilo alimentar, não sendo esta necessidade um sinal negativo em relação ao veganismo. Para começar, as crianças veganas devem receber aleitamento materno até os seis meses de idade. Se por ventura isto não for possível, apenas fórmulas infantis industrializadas, adequadas a esta fase da vida, devem ser oferecidas ao recém-nascido. "
"A partir do início da alimentação sólida, os nutrientes que merecem atenção em uma dieta vegana infantil são a vitamina B12 (encontrada em alimentos fortificados ou suplementos), o ômega-3 (encontrado no óleo de linhaça), a proteína (encontrada nas leguminosas e nas castanhas), o ferro (abundante nas frutas, vegetais verde-escuros, no melado-de-cana, nas castanhas e nas leguminosas) e o cálcio (encontrado nas mesmas fontes de ferro, basicamente). (...)"
Cow's Milk Casomorphin and Autism

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Casomorfina de leite e vaca e autismo

As casomorfinas de tipo opiáceo presentes na proteína caseína do leite de vaca são acusadas de participar na causa de condições como: autismo, morte prematura de bebés, diabetes tipo I, psicose pós-parto, distúrbios circulatórios e alergias alimentares.
Ative as legendas em português no video.  

Como cuidar do bebé vegetariano: Alimentação e higiene

"Há sempre muita dificuldade em saber o que se pode dar aos bebés, a partir do momento em que começam a comer. Embora se deva privilegiar sempre o leite materno o máximo de tempo possível (o ideal será o bebé só ingerir alimentos sólidos quando tiver dentes), após os 6 meses de vida do bebé, há muita coisa que se lhe pode dar! A partir dos 6 meses, podem dar-se papas de cereais naturais, como aveia, centeio, trigo, e misturar com frutas, vegetais ou na sopa. Os cereais com glúten (aveia, cevada, trigo, centeio) só devem ser introduzidos após os 6 meses de idade. Aos 4 meses podem usar-se farinhas de arroz, amido de milho (conhecido por maisena), ou tapioca, que são cereais sem glúten. Os bebés muito gordos não devem comer papas de cereais, podem começar com os caldos de legumes que, embora não engordem tanto, são mais nutritivos. Não esquecer que o pão ou as bolachas (a não ser que sejam de arroz ou milho, por exemplo) têm glúten e que, portanto, só podem ser dados após os 6 meses. 
Também não se deve adicionar leite às farinhas lácteas porque estas já têm leite adicionado (geralmente de vaca) e, se nós, ainda por cima, juntarmos mais leite, isso vai provocar uma sobrecarga para o fígado e os rins do bebé, podendo levar à desidratação, obesidade, doenças cardiovasculares, insuficiência renal ou diabetes. Há farinhas sem leite adicionado ou então com leite para lactentes ou de transição (que tem um leite mais adequado a um bebé). 
"Ao introduzir novos alimentos, convém ser sempre um de cada vez durante uma semana, para ver as reacções do bebé. A partir dos 4 a 6 meses, o bebé pode comer pêra ou banana crua, ou maçã cozida, tudo sempre bem maduro. As frutas têm um efeito mais laxante (ajudam a barriguinha do bebé a funcionar melhor) e previnem melhor as cáries se forem trituradas com o garfo, em vez de se usar a varinha."
"A partir dos 6 meses, podem ir-se introduzindo outras frutas, tais como o pêssego, alperce ou frutos secos cozidos que não tenham casca rija - ameixa, tâmara, alperce. Os citrinos e frutos com grainhas (laranja, kiwi, tomate, morango, framboesa, amora, uva) só devem ser introduzidos após os 12 meses. Os frutos de casca rija (nozes, amendoins, etc) só devem ser dados à criança após os 3 anos de idade, devido às alergias que podem causar."

Outros conselhos: 

  • A higiene é fundamental. Lavar sempre as mãos antes de preparar a comida do bebé. Os utensílios de cozinha devem estar limpos e secos. 
  • Usar colheres de plástico (as primeiras até são de silicone, que são mais moles do que as de plástico normais), em vez de metal.
  •  Cortar tudo em pedaços pequenos para que se possa calcular melhor a água. Assim, coze em menos tempo, o que preserva os nutrientes e não se tem que deitar água da cozedura fora, que é onde ficam alguns nutrientes. 
  • O melhor é usar panela de pressão. Mal comece a ferver, desliga-se o lume e deixa-se ficar a tampa para cozer no vapor, até perder a pressão sozinha sem ter que soltar a válvula. À falta de panela de pressão pode-se cozinhar - com tampa, para conservar o valor nutritivo e não oxidar a comida - em panela inox ou pirex. O alumínio ou o barro não são aconselháveis, pois são altamente tóxicos, e os plásticos devem ter sempre a indicação de que são alimentares (há um símbolo no plástico que indica isso, que é o desenho de um copo e um garfo pequenos). 
  • Não dar fritos às crianças (sobretudo antes dos 3 anos), o ideal é sempre cozer ou grelhar. 
  • Pode-se pôr um fio de azeite cru na comida do bebé. É uma gordura saudável. 
  • Em viagem, ou em situações de emergência, há boiões que os vegetarianos/veganos podem usar. Podem ser dados à temperatura ambiente ou aquecidos em banho-maria (ou em alguns aquecedores de biberões/boiões). Mexer bem depois de aquecido para ficar toda a comida com a mesma temperatura e não dar azo a enganos. Verificar sempre a temperatura antes de dar ao bebé (nas costas da mão ou no pulso da mamã, por exemplo. Um bebé é sempre mais sensível às temperaturas do que um adulto ). Se possível, mudar a comida do boião para o prato, para o bebé não se habituar a boiões e não recusar a comida quando é dada no prato. 
  • Nunca é demais dizer que é um erro adicionar sal ou açúcar à alimentação, seja nos adultos ou nos bebés, mas muito especialmente nos bebés. Se um bebé for habituado assim desde a nascença, dificilmente adquirirá maus hábitos pela vida fora, o que vai torná-lo num adulto saudável e, claro, mais feliz que muita gente. Os alimentos já têm sal e açúcar naturalmente. 
  • Também convém não usar molhos e especiarias na comida do bebé - incluindo a canela, que é um estimulante, como o café – porque, além de serem fortes demais para o seu organismo delicado, muitas podem ter propriedades que desconhecemos. 
  • Um bebé nunca deve estar em ambientes com fumo ou ruidosos, que o prejudicam muito e o fazem muito infeliz. Não se deve fumar numa casa onde haja bebés, mesmo que seja noutro quarto. O fumo espalha-se e as substâncias do cigarro ficam coladas às paredes e aos tectos, mesmo que não cheire. Os bebés são muito sensíveis e, ao inalarem estas substâncias, podem vir a sofrer de problemas graves para toda a sua vida. 

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